sábado, março 18, 2006

É preciso preservar a arte pública




Comentário de Ricardo Veloza, que ontem deu uma conferência sobre escultura pública na Casa do Povo da Ilha
"Escultura Pública na Madeira" foi o título e o tema da conferência ontem proferida por Ricardo Veloza na Casa do Povo da Ilha. A iniciativa inseriu-se no âmbito da "Semana Cultural da Ilha", que teve a sua abertura oficial anteontem e cujas actividades se prolongam até ao dia 28. Para além de várias actuações de grupos de dança, teatro ou música, estão previstas conferências de personalidades como Rui Camacho e Roberto Moniz (música tradicional), Graça Berimbau (artes plásticas) Eduardo Luíz e Zé Abreu (teatro) ou Maria Aurora (literatura), entre outros eventos.
Falando por um público maioritariamente constituído por estudantes do Secundário e pessoas idosas, Ricardo Veloza procurou tornar a sua linguagem facilmente inteligível e adaptada à circunstância. Citando múltiplos exemplos bem conhecidos de esculturas expostas em espaços públicos da _Região, Veloza abordou as características e as funções específicas deste género de obras de arte, que, «pela sua grande exposição, podem motivar tanto o agrado como a crítica, pelo que o artista que envereda pela arte pública tem de estar preparado para as reacções que eventualmente possam surgir».
Num comentário ao DIÁRIO sobre as circunstâncias de preservação da arte pública na Região, o escultor considerou que há peças de grande importância (por exemplo do escultor Francisco Franco) que se encon tram no Funchal em estado de degradação, pelo que é urgente preocuparmo-nos com a sua recuperação. O problema, referiu, assenta sobretudo na falta de verba, porque, opina, há sensibilidade para esta questão por parte do presidente da CMF.
Outro problema é o do enquadramento da arte pública: muitas vezes os artistas concebem uma peça para um determinado espaço, e a mesma acaba por ser colocada noutro, o que prejudica a sua leitura.

In Diário de Notícias, 2004-11-23

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